PARA OUTRO LUGAR

Alma cinzenta,
Fechada em um silencioso estado,
Carregando a tristeza,
Como quem carrega um secreto fardo,
Errando, se movimentando,
Como quem se movimenta,
Em uma zona proibida,
Cansada do sobrepeso da lida,
Da ida... de estranhezas,
Das desilusões, das sensações nefastas,
Quebra o silêncio com um brado,
Diz para o Criador: - basta!
Me perdoe o tom ousado,
O melancólico soneto que teço,
Mas, sofro mais do que mereço,
Acho que não vou suportar,
Os desenredos, os segredos dessa vida,
Essa vida me condenando,
Talvez, a uma injusta pena,
E eu me sinto tão pequena,
Uma despetalada açucena,
Me socorra ou me leve para outro lugar.