tardes de verão

Nas frias tardes de verão

Quando borboletas voavam

Como libélulas insanas

Drogadas de aerosol

Assim eram meus dias

Incertos, inseguros

Inúteis, perdidos

Como noites quentes

De um inverno inclemente

Onde nada nos aquecia

Nem o ódio

Nem uma prece

Assim se passavam minhas noites

Longas e tristes

Escuras e distantes

Assim foram meus dias

Minha vida

E minha busca

Uma busca vã

Sem encontrar nada

Assim foram se os dias

Isso há muito tempo

Hoje nada busco

Hoje nada mais há

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 03/03/2015
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