FOI BRINCAR COM AS ESTRELAS

E o anjinho veio...
Ocupou o seu lugar,
Trouxe divina essência,
O ar de inocência,
Transbordou no lar,
Deixou os pais cheios,
De sonora felicidade.
E o anjinho somou,
Semeou luminosidade,
Desenhou sonhos no caderno,
Recebeu abraços ternos,
Dançou com as manhãs festivais,
Ouviu estórias, contou estórias siderais.
E o anjinho amou...
Amou e foi verdadeiramente amado,
Coberto de cuidados,
Fez o jardim florescer,
Fez do amor o seu templo.
Mas, tudo tem o seu tempo,
A vida tem os seus cortes,
Deixa a alma sem norte,
E alma não suporta, se rende,
A um sofrimento febril,
Dá uma vontade de se perder,
Nas sendas das interrogações,
Vontade que aos poucos, passa...
Nos basta a soberana graça,
“No mundo tereis aflições”,
Não há como removê-las,
Mas, que dói, isso dói, Deus sabe,
Uma dor que não cabe,
No descompasso do coração,
A solução é chorar...
E o anjinho partiu...
Na lentidão das angustiantes horas,
Adoravelmente cumpriu,
Sua lúdica missão,
O anjinho foi embora...
Foi brincar
Com as estrelas,
Eternamente... pertencê-las.