Admirável mundo velho que nos conjuga irregulares verbos de medo
E sou o de reles distanciamento entre um amor e os males vadios

Sou eu o teu, o nosso, o todo que nos refuga, apavora ou desaprova
Em outros tempos fui o segredo, a ralé, aquilo que consome restos

Estou à sós em minha desdita e estou cismado com a vida esmola
De resto é minha casa, o nosso lixo que dividimos nas madrugadas

Muito somos nós - os que escondem as desventuras entre homens!
E seremos mais - estes malfeitores da noite que sonham bondades!

Fomos perseguidos, e atuamos no palco da vida, os muitos fugitivos
O mundo nos promove, nos dá alimento e eu, como todos, ressurge

Tivemos diversos pais e uma de nossas mães é a mãe dos mundos
Na traição da vida-beira-morte, estamos como filhos perdidos orfãos!

Crescemos demais e nossa fome é um alimento das crias cansadas
Viemos ao mundo ou nos comem, devoram, a cada dia questionável

Prefiro morrer a ser o desgosto de alguem ávido de canibalismo vão
Outrora éramos demasiado para todos e mal jantamos uma ração...

Minha vida se explica como a sorte ou a morte dos santos perdidos
E hoje saio da especular vida na economia de alimento para alguns! 
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 25/02/2015
Reeditado em 25/02/2015
Código do texto: T5150405
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