VISITA
Certa vez, fui visitar
Um doente internado no PINEL
E vi que ele rabiscava
Suas frustrações em um papel
De todos se esquivava
Não queria prestar a atenção
Ao que lhe perguntavam
Isso trouxe tristeza ao meu coração.
Olhei seu desenho e vi
Que nada representavam
Mas fui fazendo elogios
E vi que seus olhos brilhavam.
Perguntei-lhe o que fazia,
Disse-me de ante mão.
Estou desenhando um carro
Só que vindo na contra mão.
Perguntei a marca do carro
Disse-me não saber responder
Só queria dirigi-lo
E com ele uma corrida vencer.
Mas nada do que falava,
O rabisco representava
Só havia linhas torcidas
Mas isso o contentava.
Acabada a visita
Ele pediu-me com um sorriso
Volte sempre que quiser.
Te levo onde for preciso.
Vim de volta ao meu lar
Pensando naquele menino
Tão preso a ilusões
Neste mundo pequenino.