DUAS

Uma foge da vida.

Nunca soube pecar.

Vive do mundo escondida.

O que mais faz é rezar.

A outra troca de cama,

de homem, de bar, de dor.

A todos finge que ama.

A ninguém deu amor.

Uma lembra o passado.

Menina livre a brincar.

Destino foi modificado.

Sequer sabe chorar.

A outra relembra, saudosa,

menina calma e feliz.

Alguém, em noite chuvosa,

fez com ela o que quis.

Uma reza por mim.

A outra meu corpo deseja.

Delas tenho pena sim.

Nada a fazer. Assim seja.

Télio Diniz
Enviado por Télio Diniz em 17/02/2015
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