PINGO D’AGUA.

... e o rio Capibaribe

com suas águas turvas,

e a cidade escura,

e o céu cinza da cor do tédio,

e a chuva,

e a chuva,

e a chuva... e eu

e ... minhas lágrimas...

Rua da Aurora, onde está teu amanhecer ensolarado,

teu riso?

Hoje te vejo escura,

crepúsculo sem lua.

A chuva escorre por meu rosto.

Minha lágrimas choram.

Os ônibus correm.

Os pedestres correm.

Eu corro para que a chuva não molhe minhas lágrimas.

O rio é cinza da cor da tristeza.

As luzes da cidade não brilham.

É tudo sombrio.

Sou eu que empalideci a alma,

ou é esta chuva que gerou tédio e deserto em mim?

A cidade borbulha agonia.

Sobre o rio, as pontes;

sobre as pontes pessoas que correm.

As águas que escorrem da minha face

são turvas como as águas do rio.

Minha face é pálida.

Os prédios são de cor ocre.

Há tanta saudade em mim.

Olivia Maria Beltrão Gondim
Enviado por Olivia Maria Beltrão Gondim em 14/02/2015
Código do texto: T5137143
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