PINGO D’AGUA.
... e o rio Capibaribe
com suas águas turvas,
e a cidade escura,
e o céu cinza da cor do tédio,
e a chuva,
e a chuva,
e a chuva... e eu
e ... minhas lágrimas...
Rua da Aurora, onde está teu amanhecer ensolarado,
teu riso?
Hoje te vejo escura,
crepúsculo sem lua.
A chuva escorre por meu rosto.
Minha lágrimas choram.
Os ônibus correm.
Os pedestres correm.
Eu corro para que a chuva não molhe minhas lágrimas.
O rio é cinza da cor da tristeza.
As luzes da cidade não brilham.
É tudo sombrio.
Sou eu que empalideci a alma,
ou é esta chuva que gerou tédio e deserto em mim?
A cidade borbulha agonia.
Sobre o rio, as pontes;
sobre as pontes pessoas que correm.
As águas que escorrem da minha face
são turvas como as águas do rio.
Minha face é pálida.
Os prédios são de cor ocre.
Há tanta saudade em mim.