SEM FORÇAS E SEM ARMAS.
Um sopro de vento entra pela janela e diz:
Todo o passado será relembrado
com a mesma dor que o guardava.
Não tenho bolso para velar o lenço.
O que farei com minhas lágrimas?
Sei, as dores secam e as lágrimas saram,
mas cicatrizes indeléveis que o pretérito fez
ainda ardem em minha carne,
ainda doem em mim.
Não tenho forças para novo revés,
todo o meu ser irá sucumbir.
Se eu ainda tivesse aquela velha espada,
uma nova luta podia ser travada,
mas tudo que tenho é um punhal pequeno
e uma armadura de lata que não cabe em mim.
O vento sopra e o presente vem arrancar de mim
a esperança que eu alimentava
com as migalhas de pão
que outros me davam.