Eu me Entrego (DESABAFO DE UM ALCOÓLATRA)
Fugindo dos próprios sentimentos
Eu me perco no tempo
Eu não sei por que vivo
Eu me entrego
Tenho vergonha de amar
Tenho vergonha de me orgulhar
E me rendo aos prazeres inúteis
Eu não me supero
Eu me entrego
Eu não trago
Mas sou tragado pelo destino
E sou corrompido pelos meus próprios ideais
Eu me entrego
Não tenho espada, nem escudo
Só expunha a raiva
Prefiro a morte, mas não morro
E ao mesmo tempo a temo
Não me entendo
Eu me entrego
Sou pássaro ou sou verme?
Sou filho, pai e irmão
Sou uma partícula de vida nessa imensidão
Vida! Porque a ela, não me entrego?