Um amor fúnebre

Não existe coisa pior nesse nosso mundo

Que viver com quem não se gosta ao lado

A mulher sente nojo, considera um imundo

O marido que lhe foi imposto, arranjado

Não consegue viver feliz nem um segundo

O tempo todo se lembra do homem amado

Sonha com o dia em que terá a liberdade

E com o seu verdadeiro amor irá viver

Deseja muito mudar a sua triste realidade

Tomar próprias decisões, seu futuro escolher

Não consegue sentir paz nem felicidade

Pela sua família foi condenada a sofrer

O marido não se importa com a situação

Da sua esposa não espera ter o amor

Quer dela apenas a sua fiel submissão

Foi crescido, acostumado com esse horror

Casamento é negócio sem amor nem paixão

Os dois a vida seguem com esse cruel valor

Pobre da mulher que ainda vive assim

Sem poder ao menos seguir seu coração

Coisas de sociedades atrasadas, ruins

Que violentas, não aceitam contestação

Não adianta trabalhar o divino querubim

Nem ele consegue dá jeito nisso não

Quem sabe morrer para na próxima vida

Poder viver como quer com a sua paixão

Aí sim, serei de verdade feliz, bem resolvida

Ao lado de meu amado com alegria, satisfação

Pensa em suicídio a esposa ferida, sofrida

Talvez essa ideia seja a sua única salvação

Um cálice de cicuta ela coloca em sua boca

Bebe enlouquecidamente aquela loção

Antes de morrer pensa ter sido uma louca

Por ter tomado essa extrema decisão

Com sorriso nos lábios espera na vida outra

Viver com quem ama. Ser dona do seu coração