BUSCA
Debaixo desta minha pele alva,
que as vezes se rubra
bate um coração,
cheio de incertezas,
que na mais pura razão,
vive uma alma, que vagueia,
que também se alegra e, outrora entristece.
Viver é uma dádiva, um presente
muitas vezes descabidos,
pois são armadilhas
que nos faz sofrer,
sensação de morrer...
Não mais me permito verter lágrimas
pelo regalo recebido,
quando muitas madrugadas adentro,
meus olhos secaram,
até o Arrebol matutino
e quando escorreu o dia
envolto dos meus segredos, degredos
observei tantas mágoas,
com tantas marcas profundas
guardadas no meu quarto,
em meu escondido relicário...
Assim minhas intimidades poéticas
refratam minha identidade,
meus renovos mistérios
com sentimentos de tédio
pelas palavras ditas, adocicadas
mas azedas e amargas,
putrefata pelo letárgico tempo...
Presente, esse que me deu vida
mas ao mesmo instante me calou,
pois o silêncio resgata evidências
e nos rouba nossas estradas,
nossas idas, nossos retornos,
tudo o que permitimos
tudo o que nos machucou...
Vertem novas lágrimas
que ao chão, são verdadeiros lamentos
são versos carregados de poesias
pois existe beleza na tristeza
e essas tristezas, protagonizam
minhas dores, minhas crises, meus tormentos
e minhas solitárias alegrias...