BUSCA

Debaixo desta minha pele alva,

que as vezes se rubra

bate um coração,

cheio de incertezas,

que na mais pura razão,

vive uma alma, que vagueia,

que também se alegra e, outrora entristece.

Viver é uma dádiva, um presente

muitas vezes descabidos,

pois são armadilhas

que nos faz sofrer,

sensação de morrer...

Não mais me permito verter lágrimas

pelo regalo recebido,

quando muitas madrugadas adentro,

meus olhos secaram,

até o Arrebol matutino

e quando escorreu o dia

envolto dos meus segredos, degredos

observei tantas mágoas,

com tantas marcas profundas

guardadas no meu quarto,

em meu escondido relicário...

Assim minhas intimidades poéticas

refratam minha identidade,

meus renovos mistérios

com sentimentos de tédio

pelas palavras ditas, adocicadas

mas azedas e amargas,

putrefata pelo letárgico tempo...

Presente, esse que me deu vida

mas ao mesmo instante me calou,

pois o silêncio resgata evidências

e nos rouba nossas estradas,

nossas idas, nossos retornos,

tudo o que permitimos

tudo o que nos machucou...

Vertem novas lágrimas

que ao chão, são verdadeiros lamentos

são versos carregados de poesias

pois existe beleza na tristeza

e essas tristezas, protagonizam

minhas dores, minhas crises, meus tormentos

e minhas solitárias alegrias...

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 15/01/2015
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