FUNDO DO POÇO
FUNDO DO POÇO
Em que areias estou andando?
Folhas secas mastigam a minha dor
Sobem às minhas narinas
o odor do nunca mais
Nunca mais um sorriso de chocolate
ou de hortelã
Nem sei se um dia sã
Nem sei...
Roubo migalhas de lembranças perdidas
Da inocência
Nas entrelinhas escondidas
Mas que há tempo
Já tomou seu rumo,
Pegou o último trem
Esmagou aquele passarinho
Que sob os trilhos ensaiava voar
E eu fiquei aqui
A esperar, a esperar
O miolo da garrafa!