FUNDO DO POÇO

FUNDO DO POÇO

Em que areias estou andando?

Folhas secas mastigam a minha dor

Sobem às minhas narinas

o odor do nunca mais

Nunca mais um sorriso de chocolate

ou de hortelã

Nem sei se um dia sã

Nem sei...

Roubo migalhas de lembranças perdidas

Da inocência

Nas entrelinhas escondidas

Mas que há tempo

Já tomou seu rumo,

Pegou o último trem

Esmagou aquele passarinho

Que sob os trilhos ensaiava voar

E eu fiquei aqui

A esperar, a esperar

O miolo da garrafa!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 11/01/2015
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