O CACHEMIR DO ADEUS.
Morri ao nascer,
Respirando fundo o último ar de alegria.
Esvaziei a alma junto com a dose do findado martini.
No devaneio de meu óbito
Presenciei a felicidade de perder a vida.
Contentei-me e entreguei-me a tal mirabolante ideia...
Preparei um jantar, magnífico e esplendoroso jantar,
Que daria-me como convite aberto a valsa mortífera.
Minha acompanhante?
Vestindo sua túnica negra, com os olhos vibrados em mim
E sua linda boca babando um sangue escorrido por vermes, ela
A maravilhosa morte.
O cardápio tão chamativo quanto o presente que me fora dado
Por anfitrião da morte ser (um buque de lindas adagas cortantes),
Teremos banhado ao tédio, um belo prato de chumbo, misturado a tipica
Dose de químicos sabiamente combinados para borbulhar-me pela boca
O Apetite de morrer.
Beberemos em cálices propositalmente quebrados, lindos,
As melhores misturas de veneno.
Por fim, ouviremos belas músicas e por ser noite sentirei frio.
Sorte ter precavido-me e preparado um cachecol prendido ao teto,
Chamado por meu alfaiate de "corda", mas quando prendido ao meu pescoço
(Numa combinação perfeita com o tom roxo avermelhado de meus hematomas
Banhados a sangue) prefiro chamar-lhe de...
O Cachimir do Adeus.