MEDO

O medo do ontem, do agora, medo de ir embora...
O medo de dizer sim à vida, de se libertar,
O medo de inaugurar novas auroras,
De se perder ou se encontrar, de sonhar...

O medo de dar rítmo às horas, de quebrar o clima silente,
De rasgar a densidade com um multiplicado brado,
O medo dos segredos, o medo do medo que alma sente.

O medo de ser, de se ascender, ganhar insondável altura,
O medo de conceder a si, porção dobrada de loucura.

Ah! medo desgraçado, até quando, carregar esse fardo...?