O ÁLCOOL
O álcool foi meu pai e minha mãe
Minha esposa e minha amante
O álcool foi meu companheiro
Mais constante
O álcool vigiava a minha alma
Guardava meus versos em papéis avulsos
O tédio tirava-me a calma, o álcool não
Deixou que eu cortasse os pulsos
O álcool secou minhas lágrimas
Fiquei entre parênteses
Sem álcool, mas com esteatose
Sigo como uma hipótese
O álcool, não posso tomar outra dose
Tenho um futuro cheio de desdém
A juventude foi-se ontem
É noie, e a solidão é que vem