VAZIO
A desalada utopia,
A estrada vazia, vazio, o meu olhar,
O silêncio dolorido, passa lento o dia,
Parece que não vai terminar.
O pensamento, as lembranças,
...Eu brincava ainda ontem,
Acreditava, compartilhava nuanças,
Imaginava que era alguém.
A dor que penetra, aproveita,
Da sensibilidade feminina,
O íntimo embate, a pergunta feita:
-Onde foi parar aquela doce menina?
O vento que vem de repente,
Levanta poeira na estrada,
Quebra o panorama silente,
Mas, não leva essa dor desgraçada.
A sensação de que não existo,
Apenas, marco passo, não evoluo...
Que há algo bom além... mas, não avisto,
Não tenho ânimo, não compactuo.
O triste retrato, que me faço,
O amarrotado poema,
Tom a tom, traço a traço,
Filosofando com o concreto sistema.
O vazio, não tão vazio, há a possibilidade,
Da loucura me envolver nessa densidade.
- - - - - - - - - - - - - - -
EU SOU
De poeta e de louco
todos nós temos um pouco,
tendência para o exagero,
exorbita o desespero,
que invade, sem vontade,
a minha sensibilidade.
És poeta, alguém me disse,
eu pensei: mas que tolice,
sou apenas uma menina,
que nem sabe a sua sina,
se é má, se é ruim.
Mas aceito sem protesto,
não esboço nem um gesto,
continuo nesta estrada,
que eu sei esburacada.
Porém é assim a vida,
tem chegadas, tem partidas...
Assim vou, sou como sou.
(HLuna)
A desalada utopia,
A estrada vazia, vazio, o meu olhar,
O silêncio dolorido, passa lento o dia,
Parece que não vai terminar.
O pensamento, as lembranças,
...Eu brincava ainda ontem,
Acreditava, compartilhava nuanças,
Imaginava que era alguém.
A dor que penetra, aproveita,
Da sensibilidade feminina,
O íntimo embate, a pergunta feita:
-Onde foi parar aquela doce menina?
O vento que vem de repente,
Levanta poeira na estrada,
Quebra o panorama silente,
Mas, não leva essa dor desgraçada.
A sensação de que não existo,
Apenas, marco passo, não evoluo...
Que há algo bom além... mas, não avisto,
Não tenho ânimo, não compactuo.
O triste retrato, que me faço,
O amarrotado poema,
Tom a tom, traço a traço,
Filosofando com o concreto sistema.
O vazio, não tão vazio, há a possibilidade,
Da loucura me envolver nessa densidade.
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EU SOU
De poeta e de louco
todos nós temos um pouco,
tendência para o exagero,
exorbita o desespero,
que invade, sem vontade,
a minha sensibilidade.
És poeta, alguém me disse,
eu pensei: mas que tolice,
sou apenas uma menina,
que nem sabe a sua sina,
se é má, se é ruim.
Mas aceito sem protesto,
não esboço nem um gesto,
continuo nesta estrada,
que eu sei esburacada.
Porém é assim a vida,
tem chegadas, tem partidas...
Assim vou, sou como sou.
(HLuna)