Versos de Mágoas
Juntei lágrimas a noite inteira de mim.
E preenchi os espaços vazios da minha “pena”
Para escrever com lágrimas esses versos de mágoas.
E chorar a dor do filho que eu não pude ter!
E chorar a dor da mãe que eu não pude ser!
E chorar a dor de não poder ter sido uma!
E chorar a vida – ciclo cansativo!
É preciso ser muito criativo…
Como cansa-me viver!
E cumprir todos os ciclos.
E ficar em pé na fila da morte…
À espera estúpida da minha vez.
A fila tem um compasso de espera
Armada sob uma grande lona de circo.
Ensaios tantos! Tantos tontos!
Poucos loucos! Todos à espera!
Poucos… Vasto mundo!
E o que é a vida senão um compasso de espera?
Da morte que tarda, mas sempre vem.
Da morte dos loucos vivos!
Da morte dos poucos vivos!
Da morte dos tantos mortos!
Da morte dos santos tortos!
Eis-me aqui sem nenhuma classificação!
No compasso da espera lúcida e vã.
Eis-me aqui.
Karla Mello
05 de Dezembro de 2014