Livre
Minha liberdade é minha chaga,
Tão livre tão absurdo!
Canto minha dor como ninguém
Canto minha miséria, nossa realidade, suas tristezas,
Um mundo tão miserável,
Uma vida tão sem sentido...
Suas mulheres, homens, mulheres-homens...
Já satisfaz,
Suas mãos estão sujas
Seus pés não tocam o chão!
Onde estas?
Quem é você?
Palavras, seu mundo verbal,
Lixo verbal se esvai por entre suas sujas mãos!
Minha poesia não é remédio
É espada que te fere com realidade,
Entra em seu mundo, feche as portas,
Feche os olhos...
Não, chega de formas
Estéticas
Escrevo o que te fere,
Cadê a poesia?
Não sei!
Para Daniél!