Da enfermidade da alma... Palavras para um amigo.

Agora, neste momento, com uma dor que me cega, uma dor que me queima por dentro, venho sem rima, sem formas de dizer,

Sem formas de explicar o que ainda é difícil aceitar...

Talvez nem seja necessariamente este o devido lugar, más se as palavras são tristes, deixe estar, ainda ontem soube noticias dele em vida e hoje á tarde ele deixou de ser... A luta foi bem intensa, eu sei, enfrentou o seu ultimo inimigo, aquele que vem para todos em algum momento, vem para silenciar... Talvez não seja necessariamente inimigo, más não vou analisar, não agora...

Seguirei, seguiremos... Ele mesmo um dia brincando me disse que sorriria em meu enterro, pois sabia que não gostaria de ver ninguém triste... Demos risadas...

Más, agora é difícil sorrir... Más, conseguirei com o tempo, as lembranças me permitiram isto.

Se perceber vivendo é algo incrível, porém controlar as emoções nem sempre é possível...

Lidar com a morte não é uma coisa fácil...

Ele resistiu o quanto pode, sabíamos que poderia acontecer,

Más, não queríamos aceitar, pensamos que poderia passar,

Pensei em vir com uma poesia inflamada, más o conhecendo bem,

Achei melhor não enfeitar... ... Talvez pelo receio de aumentar a enfermidade da alma... Então faço de minha poesia “PALAVRAS, ENVOLTO A PALAVRAS.” a minha homenagem rimada... Não será e nem está sendo fácil. Então para não me estender mais, assim termino deixando estas palavras: (caso eu erre alguma coisa, leve em consideração, que se estivesse de caneta na mão, as palavras sairiam trêmulas).

A um ser vivo (ao menos ainda sinto isso)... Ao meu amigo, ao meu irmão Fabrício, que em seu tempo de vida, teve a sua total importância,

Porém agora jaz;

.....

És escrava do fado, de reis, do suicida;

Com guerras, veneno, doença hás de conviver;

Ópios e mágicas também têm teu poder

De fazer dormir. E te inflas envaidecida?

Após curto sono, acorda eterno o que jaz,

E a morte já não é; morte, tu morrerás.

"John Donne"

...para todo o sempre e por um todo...