Não mereço consolo

E as feras que rugem dentro do meu peito

Trazem nas garras o sangue do meu corpo

Com as tantas bordas desse feito

Amar sem ser correspondida é agouro

Se fosse forte, se fosse norte - consorte

Acompanharia até o ranger dos dentes

E inflamaria o teu bom porte

E exortaria tantos demos rentes

Mas não mereço nenhum consolo

Nem as águas desse teu jorro

E desse ouro, Midas, é o mais tolo

Não quero guarida e nem esporro

Que de tanto levar na vida o estorvo

Até dilacerar a fome desse (meu) corvo

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 11/11/2014
Reeditado em 12/11/2014
Código do texto: T5031025
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