Não mereço consolo
E as feras que rugem dentro do meu peito
Trazem nas garras o sangue do meu corpo
Com as tantas bordas desse feito
Amar sem ser correspondida é agouro
Se fosse forte, se fosse norte - consorte
Acompanharia até o ranger dos dentes
E inflamaria o teu bom porte
E exortaria tantos demos rentes
Mas não mereço nenhum consolo
Nem as águas desse teu jorro
E desse ouro, Midas, é o mais tolo
Não quero guarida e nem esporro
Que de tanto levar na vida o estorvo
Até dilacerar a fome desse (meu) corvo