Lâminas e Palavras
Um grito preso
Uma voz que canta
Silenciou.
Lâmina:
Palavra cortou.
Logo ela…
Que andava tão falante.
Quase alegre.
Cantante.
Habituada, então…
Debruçou-se
Novamente e sempre
Na sua ínfima janela.
Aquela
Que tem ao pé um espelho d’agua
Nascente.
Morrente sempre.
Silenciosa…
Estática
Vestiu as vestes
Que despira ontem.
Trapos!
Gente fiapo.
Debruçada chorou
Lágrimas verteu
E alimentou.
Banhem-se todos!
É banal!
… Riachinho espelho d’agua
Voltou a jorrar: silencioso.
A verter Amor.
Karla Mello
07 de Novembro de 2014