Sem poesia
Às vezes a poesia fenece;
padece com o dito amor.
Se quebra; se rompe e se estilhaça nas pedras do mar
onde a Iara, canta a sua dor.
E corrói o tempo; o espaço; o momento
_ ferrugem desolada_
feito algum fim de madrugada
onde deliravam-se as estrelas
que agora emudecidas deixam o seu esplendor.
A poesia me doeu até os ossos.
me deu fadiga; cansaço; inchaço
de tanto derramar os sais das minhas pálpebras.
E agora não acho o caminho de volta...
Talvez eu trace num traço de rota
alguma poesia que me dê algum amor.