Metáfora

Se pudesse contar em quantos cantos escuros de vagas noites já estive,

diriam que não aprendi contar,

visto que jamais alguém esteve tão só.

Mas levo esse jeito de não querer convencer,

não tenho que dizer se sim ou não,

melhor não estar aqui,

melhor não dizer nada.

E se em cada passagem dessa um pouco de sol aquecesse minha pele? Mas só chove...

Eu ainda não fui,

nem pretendo deixar que uma mera rima destrua meu calmo cochilar em noites de agonia,

não vou parar de desejar um verso a cada amanhecer.

Serei estrela de contos perdidos em noites de aprender a desejar somente o inevitável.

Cansada de buscar uma resposta para tudo que não tem resposta, desejo voltar à minha origem.

Mas se volto sem descobrir,

como explicar?

Já quis o que não faz sentido,

agora quero o que não se pode evitar.

Suspiro por versos que nem vão nem ficam,

que deixam fluir algo que nunca pensei que seria possível.

Cansada de mim mesma,

mas nunca parei.

A verdade é que eu ainda não vi o que sempre quis...