Pesar
Ao longo da vida
fazemos besteiras
plantamos sementes
não tardam brotar
Juntamos as peças
do quebra-cabeça
Pintamos um quadro
o que deslumbrar?
Caminho pesado,
pisando espinhos,
tentando dar jeito,
a vida ajeitar
também tenho espinhos
e muitos defeitos,
Meu Pai, o Perfeito
vai me aceitar?
Que dor,
que desgraça,
que grande monturo,
vivi, dei um duro
que vejo então?
Um monte de nada,
meu porto-seguro
ruiu e o meu muro
jaz aqui no chão.
Mas raia o meu dia
e num breve momento
pausa o meu tormento
e a minha dor.
No meio do lixo
fedido e gosmento
disforme e nojento
também nasce flor.