Eco da Mata

A índia deitada na margem do rio

já não tem compromisso

Seu único vício agora é o pranto

Da perda daquele que foi seu encanto,

o Rio Negro, em silêncio, passa,

se pudesse pedia licença,

mas coleta apenas, as lágrimas de mágoa

Vai embora, maciço de pena...

Uma vitória-régia se aproxima,

compadecida que só, gira, imensa

sem sequer ser notada pela índia pequena

Sua dor amiúde vira noites,

gemido mais baixo não há

E ecoa por toda a Amazônia.

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 02/11/2014
Reeditado em 09/07/2018
Código do texto: T5020390
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