Fecham-se as Cortinas

Sol ganha um brilho diferente quando emerge do mar de manhã

O vento cheira diferente na beira da praia

O que antes era balneário de infância

Hoje aparece cinza, de uma forma estranha

Entre números que sobem no painel

E o chão que some rápido sob meus pés

A cortina vai se fechando e um futuro incerto me almeja

E a luz, torna-se fosca, em comédia, tragédia e cordel.

A mundo sussurrou em meus ouvidos que era necessária a partida

A vida esmurrou o meu estômago e queimou o meu caminho

A insistência me obrigou a seguir sozinho

E o medo me toma as entranhas, numa fé perdida

Fecham-se as cortinas

Um novo caminho

Encerto, é certo

As frustrações que me estagnam, lanço-as aos ventos

E peço ao mar que as esmague, onda por onda

Foram com elas que o brilho se foi, e a paixão se tornou pesadelo

E eu não sei mais o que, ou quem sou

Uma vida de palcos errados e cenas falhas

De técnicas fracassadas e tentativas ao léu

Quando a paixão vira dor

É hora de parar e curar a ferida

Não sei como estou nos telões da cidade

Não sei como estou no asfalto das estradas

Não sei como sigo o caminho duvidoso

Não sei como vivo com essa dúvida engasgada

Em versos tortos, sem rima

Tento fazer o que a doença me fez parar

E penso como parar aquilo que me faz doente

E tenho medo do que vai acontecer amanhã

Sem inspirações

Sem eu

Sem nexo

E sem texto

Fecham-se as cortinas

Novo caminho

Talvez um dia eu volte

Basta saber quem eu serei daqui a pouco.

Luan Tófano
Enviado por Luan Tófano em 01/11/2014
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