POR ENQUANTO

Me vejo esfacelado, perdido onde,
Tudo é névoa, horizonte baço,
Lanço gritos ao vento, ninguém responde,
Transpiro, deliro, multiplico o cansaço.

A insônia investe, se converte em amargura,
Emoldura a alma e o olhar,
Parece eterna essa paisagem escura.

Eis a impura condição de um eu sem rumo,
Amei, não fui amado, em dores me consumo.

Inumo por enquanto, a possibilidade de perdoar.