Esse Poeta
Deus, queria ver-me capaz de permitir a alma verter dos olhos
E como na cheia do Nilo, transbordar, molhar minha face...E depois...
Descansar...
Deus, queria ver-me capaz de permitir a alma verter dos olhos
E como na cheia do Nilo, transbordar, molhar minha face...E depois...
Descansar...
Mas, em meu ego mortal, já não sei chorar
E sofreguidão são os ventos que sopram
mas meu coração é gélido como metal
e sofre por não sofrer...
Fingir foi a lei de minha existência
ser forte foi minha obrigação
esqueci que sou carne e sangro, e que de dor há um oceano em mim...
Profundo, revolto e sem fim...
Alma ferida, dor escondida...
um grande monturo de quinquilharias pesadas como nuvens...
uma coleção de armaduras frias, uma para cada dia...
sorrisos e feições em cabides... E quem há de ler a verdade em uma poesia?
“O poeta falastrão, mais uma vez canta sua afasia...
Lamenta a mentira que alimenta, para o alheio, prestar momento de alegria”
E por que?
“Ele não quer comover, não quer afagos e abraços
Gosta de ver-se só em seu quintal
Marchar em solidão, faz parte do ego que já tem ares de imortal”
“Esse poeta não tem o que dizer e mesmo assim se dispõe a falar
Sabe que ninguém virá ouvir, mas sem saber, talvez esteja a esperar
Olhar sem ter o que ver...
Viver por saber que, direito do homem é morrer
Esse poeta, sem pedras nas costas, caminha
Mas ainda é cansaço...”
Não choro talvez por não querer esvaziar uma dor que não é minha...
“Esse poeta, creio, que caminha em mistério
sendo sol e lua, não sabe, mas procura quem lhe deu um coração para sentir dor
e no brilhar da estrela distante sente, que não existe, é uma pálida sombra do Criador...
De duvidas e humanidade um mero instante!”
E sofreguidão são os ventos que sopram
mas meu coração é gélido como metal
e sofre por não sofrer...
Fingir foi a lei de minha existência
ser forte foi minha obrigação
esqueci que sou carne e sangro, e que de dor há um oceano em mim...
Profundo, revolto e sem fim...
Alma ferida, dor escondida...
um grande monturo de quinquilharias pesadas como nuvens...
uma coleção de armaduras frias, uma para cada dia...
sorrisos e feições em cabides... E quem há de ler a verdade em uma poesia?
“O poeta falastrão, mais uma vez canta sua afasia...
Lamenta a mentira que alimenta, para o alheio, prestar momento de alegria”
E por que?
“Ele não quer comover, não quer afagos e abraços
Gosta de ver-se só em seu quintal
Marchar em solidão, faz parte do ego que já tem ares de imortal”
“Esse poeta não tem o que dizer e mesmo assim se dispõe a falar
Sabe que ninguém virá ouvir, mas sem saber, talvez esteja a esperar
Olhar sem ter o que ver...
Viver por saber que, direito do homem é morrer
Esse poeta, sem pedras nas costas, caminha
Mas ainda é cansaço...”
Não choro talvez por não querer esvaziar uma dor que não é minha...
“Esse poeta, creio, que caminha em mistério
sendo sol e lua, não sabe, mas procura quem lhe deu um coração para sentir dor
e no brilhar da estrela distante sente, que não existe, é uma pálida sombra do Criador...
De duvidas e humanidade um mero instante!”