INDIFERENÇA

Acordo neste mundo perscrutando som de “eus” mudos

Ando pelas ruas e deparo-me com almas vazias, não nuas

Nada do que penso ou sinto tem razão, nada faz sentido

Não, não faz...

Aprendi a valsar nua em palcos sem chão

despida da dor desta intensa solitude

Trago no peito um coração receoso

Pessoas...

Umas vestidas de falsa idoneidade,

Falsa modéstia...

Adeptas da arte de simplesmente ignorar,

O corpo franzina que com destreza joga bolinhas para o alto no sinal

E o que faz sequer chama atenção, não faz eco...

Seu olhar não tem som...

Há tantos meninos por aí tão iguais

Que voz a alma tem?

EU CONSIGO OUVIR

E NÃO ME CALAR...

Silêncio ruidoso

Toca-me as entranhas

Indiferença é visceral

Que agonia traz essa inconsciência mórbida

Dor latente na alma

Como se pode ignorar um ser que não se encontra ausente?

Não sei quais das indiferenças é a pior de todas

Se a falta de demonstrar amor na relação

Ou a apatia e frieza por quem está ao redor

A mendigar o pão

De qualquer jeito dói

Meu Deus!!! Dói intensamente

Deixo Minh’ alma suspensa

Sequer ouso tocar o chão

Inspiro e suspiro amor

Transpiro paixão

Gotas de solidão

Emudeço...

Fecho os olhos

Sinto minha presença

Ao redor ausência...

Mais uma vez estou só

Alessandra Benete
Enviado por Alessandra Benete em 16/10/2014
Reeditado em 19/11/2014
Código do texto: T5001594
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