CARTADA

E cantei o meu canto
Na luz do teu olhar
Bebia na solidão
Na taça do desengano

Saudades me reviravam
Das aventuras onde vivi
Hoje bebo no abandono
No amargo do teu olhar

Viajei no meu amanhã
Busquei o meu instante agora
De um sonho embriagado
Açoitado nas ilusões

Rezei em agonias
Delirei em desventura
Um veleiro sem destino
Pousado no meu ser

E no palco eu chorei
Sem ilusão no meu olhar
Onde vaga a incerteza
Última cartada do teu olhar