Sonolência

Parece que a sonolência não acaba nunca,

você se apega ao nada e cria devaneios pro fim,

restam apenas cores neutras, dias cinzas, janelas fechadas, túneis sem luzes, pássaros sem canto.

Pego o lápis para escrever e me aperta o peito por ler o que escrevo

e se pudesse passar meu coração pro papel através do lápis com certeza

passaria a borracha por cima.

Não tenho muitas certezas e das que tenho tento livrar-me

para me dar mais tempo

e o pouco tempo que me resta?

Ah! Deus o pouco tempo que me resta!

Nem deuses me restaram, ficou só a expressão sem sentido;

ficou só o coração sem amor; e só da razão ninguém vive,

apenas aumenta

a sonolência.

Eddie Louis
Enviado por Eddie Louis em 14/10/2014
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