Estrela cadente
Flutuando em mim
Perdida na cosmovisão do meu desejo...
Meu divagar me impulsiona ao interiorizar
Suavemente a balançar em minhas andanças
Suspensa por fios de prata sobre minhas lembranças
__Os mesmos fios que sustentam as estrelas no céu__
Meus pulsos se elevam quando danço a dança do universo...
Meus calcanhares se sustentam no apelo do ritmo de meu sonhar
Bailando ensimesmada e sedenta de beijos...
Enquanto mergulho no âmago
Numa busca insana de me ver sorrindo
Para mim, não mais de mim...
Por isso ao mergulhar me visto com uma diáfana luz
Despida dos medos, me revisto com meus desejos
Para poder flutuar assim....
Mas, confiar em desejos é um pular no vácuo sem rede...
E para não submergir na escuridão
No ébano de minha mais profunda desilusão
Neste mar de incerteza a que me entrego
Busco essa luz que traspassa meu semblante
E ilumina meu instante,
Muito pouco ilumina minha tristeza
Onde tudo é nada, e a solidão
É a minha única certeza.
No mesmo instante do pensar –refletir
Revejo os mares que percorri
Tentando fugir de mim,
Dessa minha genética maldita
Dessa luxúria que domina meu querer seguir...
Por um caminho de luz...
E me arrasta como prisioneira do meu sentir
Esse carma que é espinho, que perfura meu semblante
E faz meu coração aflito e gritante
As cores que me cobrem são rubras, escarlates
Como o tom de lábios errantes
De bocas profanas ,de beijos e palavras...
Quero sair desse lugar comum
Despir essa impureza que envolve meu ser
Me jogar cadente... Sem satélite, sem rumo...
Deixar esse “a luno” do meu viver
Necessito de uma ancora amor,
Que me deixe aportar segura,
Em um mar mais sereno e confortável
Confiável...
Estou,
Flutuando, perdida,
Buscando guarida nas estrelas
Mas estas, são tão prisioneiras quanto eu
Elas suspensas sobre a terra
Sobre fios de prata...
Quanto a mim, balanço,
Sobre meus desejos!