A ÚLTIMA VISITA

Oh! Minha adorável amiga

Não esperava um ser vivo tão cedo

Achei que os últimos que veria seriam

Os vermes operários a devorar-me a carne

Não ligue para a bagunça

E nem para o sangue no chão.

Oh! Minha doce amiga

Conte-me o que se passa lá fora

Mas seja breve

Meu tempo é curto

E o homem da foice implacável.

Oh! Minha querida amiga

A miséria corroeu o meu espírito

E eu agora não passo de uma carcaça vazia

A espera do inevitável destino

A espera do meu julgamento

Oh! Com toda certeza

Deus reservou muitas páginas

Para a história da minha vida.

Oh! Minha única amiga

Já vejo a sombra das árvores sem folhas

Já sinto o frio do vento sem compaixão

Já sinto o nada mais forte do que nunca.

Oh! Minha inacreditável amiga

Agradeço pelas últimas palavras

Agradeço pelo último abraço...

Adeus minha velha amiga

A morte me espera em sua carruagem

Puxada por cavalos sem carne.

Boa sorte minha amiga

Espero que nos reencontremos

Na terra dos sonhos vazios

No espaço inexistente de saudade

Na infinito que alguns chamam de céu...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 12/10/2014
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T4996532
Classificação de conteúdo: seguro
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