UICAMENTE, ISABELLE


Quem seria essa mulher,
Que o mundo não conhece,
Que faz das noites refúgio
Para sua inspiração,

Que consegue transformar
O pranto em doce canção,
Que olha a vida passando
Só através da janela?

Que esconde a dor num sorriso,
Que vive de solidão
E que sufoca seus gritos
Com lágrimas caindo ao chão?

Ela, com toda certeza,
Para esse mesmo mundo,
Diria ser uma estrela
De um planeta mais profundo...

Uma estrela desgarrada
D’alguma constelação,
Que hoje quase apagada
Só se reflete no chão.

Que é solidão e sonho
Num mundo que desconhece,
Que tem nome e sobrenome,
Mas que ninguém a conhece...

Que pode ser como tantas,
Uma Maria qualquer...
Dessas que nunca descansam
E é ela esta mulher!

Talvez, pra esconder as dores,
Prefere silenciar...
E esconder-se na noite
Até pra puder chorar.

Pode ser que ela responda
Através do que escreve,
Que simplesmente se chama:
Unicamente, ISABELLE.