DESEQUILÍBRIO PERFEITO
Noites sombrias não assustam mais
Não tanto quanto dias silenciosos e turvos
Assustadores eclipses matinais
Primavera seca, infrutífera, incolor...
Um parecer daltônico assustador
O sol não mais aquece, apenas queima
Raramente ainda se sente brisas suaves
Soprando levemente um canto de alento
Flutuando como um bailarino vento cheio de frescor
Diferentemente de constantes tufões furiosos
Soprando impetuosos, bafos gélidos, tempestuosos...
Gemidos silenciosos num disparo supersônico
Arremessando inúmeros sonhos a distâncias inimagináveis
Até a felicidade se entristece ante tanta desigualdade
Em meio a maldades sem classificação
Um feto jogado no lixo, uma pedra para perdição
Traçantes, mutilações constantes, maldição...
Há vida em outro planeta?