MARMORIZADA

É esse desespero

Todos os devaneios

E as dores do meu parto

A fraqueza do meu ser

Doida resistência interna

Exposta em frívolos versos

E vãs lágrimas de suicida

Ao invés de gritos mal-contidos

E essa minha podridão

Para que fingir?

Eu não tenho para onde fugir

O mar de submissão ao longe

Tudo é longo, doloroso

Imprecisões e indecisões

É sempre a morte

Quem bate

Eu me deixo assassinar

E na pálida candura que havia

Brilha agora o sangue escarlate

Das feridas marcadas a ferro