Triste Acácia

Tão pálida parecia aquela acácia à seca

que repentina deixou de florir escarlates

sonhos que antes flutuavam em direcção à Meca

e depois desapareciam por entre lágrimas de artes

A acácia estava lá tão só e calma

sem inspiração para verdejar à tarde

por causa da amargura em sua alma

maculada de lamúrias do coração cheio de alarde

Lágrimas persistentes inundam o silêncio

e apenas os raios de sol iluminam o desespero

de quem solitário caminha no cemitério sem ócio

e à noite fica à espera do luar para ver o Sombreiro

Nenhum verão mais transforma a esquecida acácia

naquele jardim de sonhos lá na eternidade

onde o imaginário, aos poucos, perde-se como ânsia

e apressadamente veste-se de luto na vaidade

Aqui todos choram, até os pássaros

E o silêncio sepulcral é o único que fala

Para as almas eternizadas nos cântaros

Onde uma voz para sempre se cala.

Benguela, 29/08/2014.

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 12/09/2014
Código do texto: T4959082
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