FEL

FEL

Há momentos em que dizer de nada serve.

As palavras são como o aço que ferve;

Ou como a larva incandescente que a tudo consome.

Nessa hora, nossa alma é alma de homem;

Um mortal que na terra aprende o silêncio.

O barulho do vento que assobia de longe;

Que enfeitiça o ouvido atento;

Que entristece o peito solitário;

O coração de um homem, um expatriado de seu amor.

Ela acordou cedo; fez o café e se foi.

Ele continuou o cochilo do crédulo;

Bebeu do mel de Oxum;

Sentiu-se em casa por um instante.

Onde está a menina?

- Está onde o sol se inclina.

Disse o espírito angustiado.

O moço andou pela terra em busca da moça.

Beijou seus vestidos deixados para trás.

Desejou uma chance de tê-la uma vez mais.

Percebeu que esse jogo é como o xadrez;

Seu rei tombou ante a força de um xeque-mate

- Minha pomba se foi!

Disse o homem de sua mulher.

O moço enrugou-se como papel de padaria.

Sabia que seu sabiá para ele não mais cantaria.

Uma mulher quando escolhe seu destino;

Pode ser uma prova para o coração peregrino.

Elas são como o mais doce açúcar;

Ou como o mais amargo fel...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 12/09/2014
Código do texto: T4958962
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