FEL
FEL
Há momentos em que dizer de nada serve.
As palavras são como o aço que ferve;
Ou como a larva incandescente que a tudo consome.
Nessa hora, nossa alma é alma de homem;
Um mortal que na terra aprende o silêncio.
O barulho do vento que assobia de longe;
Que enfeitiça o ouvido atento;
Que entristece o peito solitário;
O coração de um homem, um expatriado de seu amor.
Ela acordou cedo; fez o café e se foi.
Ele continuou o cochilo do crédulo;
Bebeu do mel de Oxum;
Sentiu-se em casa por um instante.
Onde está a menina?
- Está onde o sol se inclina.
Disse o espírito angustiado.
O moço andou pela terra em busca da moça.
Beijou seus vestidos deixados para trás.
Desejou uma chance de tê-la uma vez mais.
Percebeu que esse jogo é como o xadrez;
Seu rei tombou ante a força de um xeque-mate
- Minha pomba se foi!
Disse o homem de sua mulher.
O moço enrugou-se como papel de padaria.
Sabia que seu sabiá para ele não mais cantaria.
Uma mulher quando escolhe seu destino;
Pode ser uma prova para o coração peregrino.
Elas são como o mais doce açúcar;
Ou como o mais amargo fel...