A PALAVRA AMOR

A palavra amar martela,
Ressoa na minha mente,
Reflete no meu olhar reticente,
Eu que já amei,
Me entreguei, sonhei...
Inventei um encantado matiz,
Passei pelo efeito Cinderela,
Diferente dela,
Não fui feliz.
Alheia à minha decepção,
A palavra amor continua a martelar,
Na mente, na alma, no coração,
Até penso em me sintonizar,
Com essas batidas,
Reabrir para o amor, para a vida,
Não posso, o medo me domina,
Não sou mais aquela cândida menina,
Cheia de esplendores,
Que via flores,
Em todos os sentidos,
Agora, piso em cacos de vidro,
E isso dói em demasia,
Esmaece, embrutece, desalinha,
Entendo amor, a sua insistência,
Sinto a sua essência,
Acredito no seu dom infinito,
É no homem que não acredito,
Outra decepção eu não suportaria,
Agora, preciso seguir sozinha,
...Quem sabe um dia?


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QUEM SABE? 

Ah, amor sempre cantado,
como um dom abençoado,
no verso, também na prosa,
tem a beleza da rosa,
porém tem igual espinho,
que fere devagarinho,
a alma,
lhe tira a calma,
e me deixa, assim, sozinho.
Perco o rumo, o caminho,
a meta não é mais reta,
olho em volta, só escuro,
já não sei onde o futuro,
não voa mais o poeta.
Nem flores há na estrada,
que antes era encantada,
murcharam todas ao relento,
ao forte sopro do vento.
Agora só a tristeza
é que impera,
sem beleza,
apenas há solidão
dentro do meu coração. 

Porém creio em mudanças,
e no verde da esperança.

(HLuna)