A Tristeza Saiu à Rua
A tristeza que carrego em lavores,
Sem qualquer razão aparente,
Condicionado à sombra de humores,
Refastelado na morte iminente.
A tristeza que me bateu à porta,
Não me deixou qualquer recado,
Enviesou-me a vida tão torta,
Sem azo a qualquer pecado.
A tristeza que emano de mim,
É maior que a maior desilusão,
O anseio que embalo do fim,
Escarnece-me a dor no coração.
A tristeza que eu descobri,
Incessante e implacável,
Foi de vós que recebi,
De fonte insofismável.
Lisboa, 30-10-2013