A Tristeza Saiu à Rua

A tristeza que carrego em lavores,

Sem qualquer razão aparente,

Condicionado à sombra de humores,

Refastelado na morte iminente.

A tristeza que me bateu à porta,

Não me deixou qualquer recado,

Enviesou-me a vida tão torta,

Sem azo a qualquer pecado.

A tristeza que emano de mim,

É maior que a maior desilusão,

O anseio que embalo do fim,

Escarnece-me a dor no coração.

A tristeza que eu descobri,

Incessante e implacável,

Foi de vós que recebi,

De fonte insofismável.

Lisboa, 30-10-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 27/08/2014
Código do texto: T4939546
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