Dormir com os vermes

Ouço barulhos assustadores que se

Propagam na escuridão da madrugada.

Deitado em minha cama, tento dormir

E sinto minha mão cada vez mais gelada.

Me dirigo a sala com um copo dágua,

O sofá agora é quem me abriga.

Percebo que na frente de casa

Dois bêbados falam da vida.

Que vida? Me pergunto com ironia,

Afinal na vida deles qual seria a alegria?

Como um raio seguido pelo trovão

Meu coração se encheu de solidão.

Eu não sou diferente daqueles velhos.

Eu não tenho uma vida alegre.

Eu só me engano enquanto espero

Que chegue meu dia de dormir com os vermes.