Ampulheta
Não sei se irei suportar muito tempo
A cada dia sinto-me fraco e a gravidade mais pesada
Sinto que minha mente se perde
E a morte se torna menos pavorosa e mais bela
Não sou mais jovem e vejo o futuro sombrio que me aguarda
Tentei vencer, aceitar os fardos intermináveis da vida
Mas a dor, a solidão contínua...
Arrancaram pedaços, me espatifaram como vidro
Quase não resta nada
E o que sobrevive escorre como finos grãos de areia em uma ampulheta.