R.I.P.

A vida estraga a gente.
Não queremos ser mortais.
Queremos a eternidade.
Queremos ser o vento a
dispersar essências.

A passear livre por todos os lugares
até os mentais
A vida estraga a gente.
Contamos anos, fases e sofrimentos.
Contabilizamos os degraus da escada
Contabilizamos os passos na areia

A vida faz do amadurecimento
algo assim como pré-morte.

Perdemos a ilusão,
o romantismo.
O brilho dos olhos.

E, ao fim...
perdemos a própria vida
para nos transformar
em memória ou
espírito

Saímos da reticência
para sermos definitivamente
o fim da existência.
É a tela azul do
imaginário.
Sem fonemas,
sem registros e
sem dinâmica.

Morremos com a inércia.
E descansamos em paz.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/08/2014
Reeditado em 02/11/2014
Código do texto: T4929912
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