A Bombacha

Nós não temos tempo,

Nem condições de,

Gentiliza sem jeito,

Sem amor no peito.

A botina bate firme no solo,

A carcaça queima ao sol,

A alma fica calada,

Uma resignação, estatelada.

Coração já não tem mais

Ao ego não mais satisfaz.

Couraça compenetrada,

De tanto sangue na jornada.

Nós não temos tempo,

Muito menos sentimento,

Nesta marcha infinita,

Nesta sanha sinistra.

Nós não vamos parar.

Há muito perdemos os freios,

Que regem essa tal de destino,

Nossa missão é vagar

Esquecidos de motivo

Inebriados por velhas paixões,

Que não fazem mais sentido.

São moças que só esperam caixões.

Moças que só esperam caixões.