INSÔNIA
INSÔNIA
Não adianta anatematizar à noite vazia
Nem as gretas do tempo sob meus pés
As grotas abertas nas paredes da alma
Com as ferramentas da sensibilidade
Não desejo uma manhã entorpecida
Pelos raios de um sol frio e sem céu
Perdido no hiato de tantas divagações
Não adianta anatematizar o silêncio
As coisas que fogem por entre nossas mãos
Como areia que desce da ampulheta da solidão
Marcando nossos destinos ininterruptamente
Contextualizando o ser ou não ser ter ou não ter
Apenas deixando que fluam pelas correntes do tempo
No crepuscular antagonismo das interpretações pessoais
Nas interações advindas de desejos intimamente arraigados
Nas autóctones verdades contidas em sutis fragmentos do ser
Uma réstia a clarear caminhos há muito abertos no coração
Mesmo ante as cicatrizes que sangram no labirinto das emoções
O ungüento da esperança estará sempre agindo aleatoriamente
Para restabelecer toda magnitude de tua presença em mim
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