INSÔNIA

INSÔNIA

Não adianta anatematizar à noite vazia

Nem as gretas do tempo sob meus pés

As grotas abertas nas paredes da alma

Com as ferramentas da sensibilidade

Não desejo uma manhã entorpecida

Pelos raios de um sol frio e sem céu

Perdido no hiato de tantas divagações

Não adianta anatematizar o silêncio

As coisas que fogem por entre nossas mãos

Como areia que desce da ampulheta da solidão

Marcando nossos destinos ininterruptamente

Contextualizando o ser ou não ser ter ou não ter

Apenas deixando que fluam pelas correntes do tempo

No crepuscular antagonismo das interpretações pessoais

Nas interações advindas de desejos intimamente arraigados

Nas autóctones verdades contidas em sutis fragmentos do ser

Uma réstia a clarear caminhos há muito abertos no coração

Mesmo ante as cicatrizes que sangram no labirinto das emoções

O ungüento da esperança estará sempre agindo aleatoriamente

Para restabelecer toda magnitude de tua presença em mim

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 18/08/2014
Código do texto: T4927583
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