PRÉGO MALDITO
Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Ao ver na parede , o local em que esteve teu retrato, o coração acelerou
Confesso que nesta hora, a lágrima de saudades no rosto rápida rolou
Ali só estava um velho prego, fincado, como um marco do meu amor
A lágrima no chão caiu, nem causou ruído, em respeito a minha dor
Na parede fria e vazia, hoje não vejo teu vulto amado, teu sorriso cativante
Nem sei como ainda, continuo a viver, com esta saudade, grande e constante
Este prego maldito, que para mim, agora é um marco de tristeza, frio e irritante
Aonde devera ficar para sempre, a lembrança de tua, pendurada, acima da estante
Poderia eu pegar um martelo, e com toda tristeza tirar o prego da parede afinal
Mais para o coração, seria como se arrancasse uma parte dele, matando este órgão vital
Porque a lembrança mesmo sendo triste, para meu viver é essencial
Porem, terei eu que conviver, com este tormento que teve principio, mais não terá fim
Com este prego ali , zombeteiro, me olhando na sua imobilidade, e até caçoando de mim
Mais assim, estarei sempre com você, ali na parede, até que um dia a tristeza se afaste enfim