O Último Ato
O Último Ato
Estou despido, vês bem!
Essa é a alma que procuras?
A beleza diáfana e surreal.
O que podes descrever, então?
Amargo por ser intocável.
De um lado o coração, fito.
Na mente desabitada há frio.
O vento contrário e o calafrio.
Apenas nós até o amanhecer,
Rodeados da insegurança.
Ali, pintas suavemente, cores.
Traduz meu corpo, veemente.
Ardente, abrasado meu coração.
Afaste o espírito da solidão,
E permaneça cantando para mim.
Os feixes de luz despedaçam-nos.
Hora de soltar-nos enfim – Lágrimas.
Que destino será o teu, o meu.
Silêncio irascível impede um adeus.
Eu, estéril de ti, volto para o além.
(Era manhã).
Victor Cartier