Soturna Noite

A longa noite mal iluminada,

Onde cerrei os olhos cansados,

Já ia longa a madrugada,

E eles ainda molhados.

A noite que me viu nascer,

Onde retorno todos os dias,

Faz-me lembrar as núpcias,

Quando nela vier a morrer.

A noite onde perscruto a paz,

No silêncio que me induz idolatrado,

Acaricia-me prostrado e fugaz,

O sono chega finalmente apressado.

A última noite esbatida eterna,

A grande ausência de sombra,

A longa solidão em mim tão terna,

Envolto em perene penumbra.

Lisboa, 26-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 03/08/2014
Código do texto: T4908576
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