A Teia

A teia onde me emaranhei,

Numa floresta de enganos,

Onde a memória incendiei,

À sombra dum velho plátano.

A teia da vida que se me escapou,

Depauperada de extremos convictos,

Fez-me naufrago, não me poupou,

Vivo deserto sem quaisquer méritos.

A teia de que me tentei libertar,

Era afinal a razão do meu ser,

O mundo vil que ousava tentar,

Defendia-me do meu anoitecer.

A teia onde enredei a paixão,

Loucuras destemidas recriadas,

A espera gargântua do caixão,

De exangues dores primadas.

Lisboa, 26-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 01/08/2014
Código do texto: T4905559
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