A Hora Nona
A Hora Nona
E hoje ascendo a ultima vela,
Desfazendo o profundo breu.
Os meus olhos que queimam,
E a sensação do tardio adeus.
Todas as imagens distorcidas,
Nada há de restar no amanhã.
Permaneço aquecido pelo sol,
Dentro de mim, tempestades.
Avistar um dulcíssimo falecer,
Neste destino há uma partida.
Meu sangue fino respingando,
A cama mais gélida de todas!
Não há mal nenhum ao partir,
Viver é sim uma condenação.
Salvos, o espírito e o coração,
Era, certamente a hora nona.
Victor Cartier